As tensas relações entre brancos e negros fazem parte do universo das escolas e inúmeras vezes são simuladas como harmoniosas ou tratadas como singulares e normais pelos profissionais da educação. As atitudes, idéias e intenções do aluno negro, envolvido em situações de discriminação e racismo, podem ser algumas vezes, julgadas negativamente, antes mesmo de ele se manifestar ou tomar qualquer iniciativa considerada equivocada pelos não negros. Essa situação torna imprescindível o debate sobre as dimensões das relações raciais na escola e um redimensionamento das políticas públicas de reconhecimento, valorização e respeito ao povo negro, daí a importância de se tratar do tema desde a educação infantil e séries iniciais.
Mariene Paré diz:
O aluno de origem afro cuja escola não considere essas dimensões poderá desenvolver mecanismos de defesa que prejudicariam o desenvolvimento pleno da sua aprendizagem.
Sendo assim:
A aprendizagem do aluno afro não pode ficar prejudicada, pois Educação não tem cor. Precisamos ficar atentos quanto à linguagem verbal utilizada no cotidiano da escola, pois a mesma tem o poder de influenciar nas questões de racismo e discriminação.
A necessidade de trabalhar esse tema agora deu-se ao fato de que recebi em minha turma um aluno afro-descendente e o mesmo foi discriminado por um colega que o chamava de "neguinho" e... eu não sento perto deste neguinho. No início eu fingia que não escutava, mas ele foi se chateando com o colega e começou a reclamar para mim. Foi quando eu resolvi contar a história da Menina Bonita do Laço de Fita e depois de muita conversação ele ainda disse: "casa com uma nega! Tô fora! A partir da história todos entenderam o porque de nascermos diferentes uns dos outros. Foi uma semana bastante produtiva e consegui alcançar meu objetivo que era para aque compreendessem o porque das diferenças e também de respeitar o outro como ele é. Ficaram entusiasmados ao recortarem imagens de pessoas brancas e negras para fazermos um mosaico. Ao colarem um aluno disse: vamos colar bem pertinho somos iguais.
Ao pesquisarem sobre as comidas de origem afro descobriram o feijão e ficaram muito admirados, pois é bem conhecido por todos. No final do projeto, após um abraço entre todos e saboreando negrinhos e branquinhos perguntei: preferem qual? gostamos dos dois. Pois é, podemos comparar com as pessoas quando tem apenas a cor da pele como diferença. Os direitos são iguais e principalmente porque somos seres humanos.
Um comentário:
Oi Berna!! Muito legal o desenrolar desse processo, principalmente a parte dos docinhos, heheh. Brincadeiras a parte, penso que conseguiste mobilizá-los a refletir sobre a questão. Abraços!!
Postar um comentário